História baseada no versículo;
Há um caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte.
Provérbios 16.25
Daqui onde estou não posso te ver. Caminhei por tanto tempo
sem olhar para trás que me perdi.
Aprendi a andar com
Você e andávamos lado a lado de mãos dadas. Por várias vezes Você me impediu de
cair quando eu tropeçava nas pedras do caminho. Sua mão segurava forte a minha
mão e
a cada tropeção me puxava para cima antes que meus joelhos tocassem o
chão.
Mas com o tempo o seu caminho ficou sem graça para mim.
Descobri uma estrada parelala a sua. Não era o caminho certo, mas ainda era um
caminho seguro. Eu podia me aventurar e ainda te via na estrada ao lado. Podia
correr para seu lado quando algo desse errado.
Nesse caminho tropecei algumas vezes sem ter sua mão para me
impedir de cair. Ralei os joelhos, me machuquei. Mas ainda eram machucados tão
pequenos que eu insistia em seguir em frente. Como uma criança teimosa que
desafia os pais. Fui andando.
Até que cheguei à entrada desse lugar.
Já não era uma estrada paralela a sua. Essa estrada seguia
pelo lado contrário da sua. O caminho ia inteiramente à outra diração. E eu
sabia disso. Eu te ouvi dizer que eu não devia entrar. Mas eu estava tão
distraída e tão encantada com a beleza que aquele caminho me prometia que
entrei sem pensar duas vezes. Me joguei de cabeça no que parecia uma
oportunidade imperdível.
O começo desse caminho era mesmo bonito e alegrava-me os
olhos. A sensação era boa, mas não era verdadeira.
Logo descobri que estava por minha conta e que Você não
havia entrado atrás de mim. Tive um pouco de medo, mas estava tão animada. Era
tão bom estar ali que ignorei o medo.
A cada novo passo
mais distante eu ficava da entrada. Eu não percenia, mas ia ficando cada vez
mais escuro. Sem luz eu não podia ver as pedras e eu tropeçava muito. E era
impossível não cair. Eu me machucava cada vez mais em cada queda.
Acho que eu podia ter parado e voltado antes. Não sei se
cheguei a pensar nisso. Estava tão cega e decidida a provar que aquele caminho
era possível. Queria provar que era possível trilhar naquela direção. Eu queria
estar certa, mas não estava. O que foi ficando claro com o tempo.
Eu continuei
caminhando. Tropeçando, caindo e me machucando. Só quando resolvi olhar para
trás é que percebi o quão longe eu estava. Já não era possível ver por onde
entrei e a escuridão pesava sobre mim.
Agora as flores do caminho murcharam, a luz acabou, a beleza
foi embora e eu estou sozinha. Pensei que chegaria ao paraíso, mas aqui é escuro
e frio. Cheguei a lugar nenhum. Vou tateando e procurando uma saída, mas não
encontro. Estou ferida demais para voltar e, na verdade, eu nem sei como
voltar. Caminhei por tanto tempo nesse breu que me perdi.
Tenho tanta vergonha de lhe pedir ajuda. Ainda lembro-me de
Você me advertindo sobre seguir por esse caminho. Eu estava tão distraída com a
paisagem que não dei a sua voz a importância necessária.
Não tenho como sair sozinha daqui. Meu corpo dói e meu
coração sangra. Meus ferimentos são muito mais profundos do que se imagina.
Eles também estão na alma. Como eu poderia saber, vendo aquela entrada tão
florida, que neste caminho me aguardariam tantas pedras?
Só Você pode me resgatar agora. E eu peço que o faça, porque
tem doído tanto! A triteza que invade meu coração é tão grande. Arrependo-me
por ter seguido sozinha por essa estrada.
Descobri que nenhum caminho é seguro e belo o bastante sem
sua mão segurando a minha.